sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A investigação filosófica na Idade Antiga

Na Antiguidade Oriental, entre os hindus, chineses, persas e hebreus, encontramos somente manifestações de vida associativa ligada a concepções espirituais ligadas a providência divina.
Por exemplo, na Índia, a sociedade estava alicerçada em um sistema de castas, regido pela especulação sacerdotal dos brâhmanes. Os sábios chineses, dentre eles Confúcio, funcamentava a vida social na vida ética. Entre os Persas a preocupação estava na luta travada entre o Bem (deus Ormuz) e o mal (deus Arimã). Entre os Hebreus o que regia a sociedade era o dogma do "pecado original", ou leis existentes e conduzidas pelo seguimento segundo os mandamentos de Deus.
Já na Antiguidade Ocidental, percebe-se que as escolas filosóficas gregas que se consolidaram entre os séc. VI e V a. C. (jônica, pitagórica e eleática) preocupam-se com o estudo da physis (natureza). Este estudo está baseado na busca de uma forma única como o fundamento de tudo o que existe.
Entre os sofistas do séc. V a.C, surgiu a distinção entre physis (natureza) e nomos (convenção), ou seja, a distinção entre as leis naturais e as leis que sociedade criou. Nota-se que os sofistas não tinham noção nenhuma de estar investigando uma ciência social, ou objetivando inventar esta, pois o que pregavam era um espírito de livre investigação que se centrava no homem e não em especulações de ordem cósmica (como por exemplo, a origem de todas as coisas). Assim as obras dos sofistas contribuiram pra a reflexão humana e social deixando de lado as metereologia e a astronomia.
Nos livros "República" e "Leis" de Platão, e no livro "Política" de Aristóteles, embora confundindo Política com Moral, explicando tanto os fenômenos naturais, quanto as instituições, com uma interpretação ética-filosófica.
Após estes autores gregos. surgiram as escolas ético-religiosas (epicurismo e estoicismo) que influenciaram a cultura romana.
Alguns dos estudos realizados durante a Idade Antiga englobaram o ser humano, mas não se caracterizaram pelo estudo da sociedade enquanto objeto, mas sim buscaram "os famosos remédios" citados no post anterior.

O que é isto? O que poderá ser isto?

A Sociologia como as demais ciências, nasceu da Filosofia, se desvincilhou desta criando um novo método.
Embora antes de se tornar Sociologia, o estudo experienciou-se como Filosofia Social e Filosofia da História, passando por mudanças até surgir como tal no início do séc. XIX, no momento em que Auguste Comte incia seus estudos através da história do pensamento humano.
Por que a Sociologia originou-se da análise histórica?
Porque foi através de reflexões que o homem fez sobre si mesmo e suas relações com os outros seres humanos que ele passou a assumir a característica de "pensador social".
A Filosofia no seu início englobava a reflexão que busca o saber universal, englobando todos os conhecimentos e buscando explicar os fenômenos.
Embora os pensadores antigos refletissem sobre a vida social, frente aos problemas, passavam a procurar remédios que trouxessem a solução. Estes remédios eram: Estabelecer regras de ação para a vida ou idealizações a serem realizadas, ou seja, ou se optava por uma ação normativa ou por uma idéia finalista. Por exemplo: Siga as regras X e Y que o problema será resolvido; ou se você se comportar da tal forma, o problema será resolvido.
Platão e Aristóteles, pensadores da antiguidade, partiram de uma organização social conhecida como Pólis, mas sob a ótica da ética, a busca de uma vida boa e feliz; para isto alicerçaram seus pensamentos na política e na moral.
Estes pensadores indagavam o que a sociedade deve ser. Mas apenas buscar isto não basta, pois deixavam de investigar a sociedade enquanto tal; não se perguntavam o que é ou poderá ser. Para o estudo sociológico não basta se preocupar somente com a situação econômica e política, é necessário para ao pensamento científico, que percebamos que também na sociedade existem leis naturais que regem os fenômenos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Fatos sociais

Com o objetivo de buscar o entendimento das "esquisitisses" tomamos por objeto a análise dos fatos sociais.

Podemos dizer que fatos sociais, são todas as "opções" que a sociedade nos oferece, e ao mesmo tempo nos pressiona a aceitar do jeito que é. Quando você entra num banco, porque logo se dirige à fila? Por que você não entra no banco questionando a fila e querendo ser logo atendido?
Fato social são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo, independente da vontade individual. Você pode estar se questionando: Mas eu faço parte de um determinado grupo, não posso mudar as regras? Se você convencer a maioria de que esta mudança será boa, a regra poderá ser mudada; mas aí novamente será coercitiva, pois a vontade da maioria não significa a vontade da totalidade do grupo.

Ler, analisar e re-elaborar

A leitura também está ligada a observação!
Ler é se informar, ter contato com algo novo; mas informação não basta, pois o mais importante durante e após a leitura, é o ato de elaborar novos conhecimentos. De que maneira podemos fazer isto? Através do entendimento e da crítica. Sem dar este segundo passo (criticar) a leitura não surte efeito. Quando o autor escreve, a maior compensação dele será o diálogo crítico que os leitores farão sobre seu texto. Ninguém escreve para elaborar uma verdade absoluta. Por isto, leia atentamente, e critique. A opinião crítica será a re-elaboração do conhecimento.

Observando

Para rompermos as barreiras das esquisitisses, proponho a você que passe a olhar de maneira diferente para a realidade que o cerca, prestando atenção em todos os acontecimentos, ações, gestos e palavras. Mas o que é este olhar diferente? Olhar diferente significa neste caso, os atos de observar, analisar, refletir e re-elaborar, deixando de lado dogmas e determinismos.
Ao observar, querendo ou não, emitimos pré-juízos e rapidamente tiramos uma conclusão.
Mas para estruturar o seu conhecimento, esta atitude deve ser contida.

Primeiramente: OBSERVE.

Introdução

Tudo o que não pertence à realidade do indivíduo, causa nele, um sentimento de espanto, ou admiração, ou dúvida, ou medo, surgindo assim o questionamento: O que significa isto?
Frente a esta pergunta lhe faço outra: Este mundo é esquisito?